Bitola do cabo maior que o borne do disjuntor, o que fazer?

Em Componentes elétricos por Henrique Mattede

Um problema muito comum no serviço de elétrica é se deparar com um cabo que tem bitola maior que o borne do conector! Alterar a bitola do cabo é algo fora de cogitação, porque isso vai fazer com que o dimensionamento fique incorreto, então o que fazer? Neste artigo o Mundo da Elétrica vai te mostrar as melhores opções para solucionar este problema, vamos lá pessoal!

Bitola do cabo

Em alguns casos o cabo elétrico vem de muito longe, e para evitar a queda de tensão ele precisa ser mais grosso. Porém, isso pode causar outro problema que é o cabo elétrico ter a bitola maior do que o terminal do disjuntor, que também é popularmente chamado de castanha do disjuntor!

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Quando pesquisamos sobre as soluções para este problema da foto abaixo, algumas pessoas indicaram o uso de terminal na ponta do cabo, outras indicaram a troca do terminal do disjuntor, e também teve pessoas que disseram que o certo era trocar o disjuntor ou até usar barramento de espera.

Aumentar a bitola do terminal do disjuntor.

Bitola do cabo maior que o terminal do disjuntor, como resolver?

Dimensionamento dos cabos e disjuntores

É fundamental respeitar o dimensionamento dos cabos elétricos citados anteriormente! Por isso é tão importante analisar a queda de tensão, pois sabemos que quanto mais longo for o cabo maior será a queda de tensão. Entenda que o problema da foto acima não tem apenas uma solução, e para responder essa dúvida vamos usar como exemplo essa CM12 que aparece a seguir, que é uma caixa de medição da CEMIG aqui em Minas Gerais. É possível ver que todos os cabos dessa CM12 estão com terminais nos polos dos disjuntores.

Bitola do cabo maior que o terminal do disjuntor

Caixa de medição CM12 com todos os componentes instalados.

Quando pesquisamos sobre o tema, uma das soluções mais citadas foi justamente o uso do terminal tipo ilhós, visando agrupar os cabos para entrar no terminal do disjuntor. Caso você não saiba, existem terminais ilhós para várias bitolas, chegando até a bitola de 250mm².

Disjuntor, barramento e terminal de conexão

Terminal ilhós podem ser uma solação para a conexão dos cabos em disjuntores!

Apesar desta opção ser excelente para unir os fios do cabo, isso não vai resolver o problema da nossa primeira foto, porque a ação de correção deste problema deve ser feita diretamente no terminal do disjuntor. Na sequência do artigo nós vamos mostrar 3 possíveis soluções.

Trocar a castanha do disjuntor

Vários tipos de disjuntores permitem a troca do terminal do borne ou até a retirada do mesmo. Então, a primeira opção seria trocar o terminal do borne para um maior que aceite a bitola correta do cabo, assim como mostra a imagem abaixo.

Disjuntor, barramento e terminal de conexão

Trocar a castanha do disjuntor para mudar a bitola!

E não pense que isso é uma exclusividade apenas dos disjuntores industriais! Veja nesta outra imagem que até em minidisjuntores é possível colocar um terminal no borne, ou seja, os disjuntores residenciais também podem receber cabos mais grossos usando este recurso.

Bitola do cabo maior que o terminal do disjuntor

Terminal com bitola maior no terminal do minidisjuntor residencial.

Disjuntor com terminal olhal

A próxima imagem mostra a segunda opção, que seria retirar o terminal do borne e conectar o cabo diretamente com um terminal olhal. Porém, esta opção só é possível se o furo do borne aceitar um parafuso que garanta a pressão adequada ao terminal olhal.

Bitola do cabo maior que o terminal do disjuntor

Termina olhal no borne do disjuntor

Utilizar barramento de espera

A nossa terceira opção é retirar a castanha do polo do disjuntor e utilizar um barramento de espera. É importante frisar que este barramento deve ter a furação adequada para o terminal olhal e também para o parafuso.

Disjuntor, barramento e terminal de conexão

Barramento de espera no borne do disjuntor

Na imagem abaixo podemos ver em destaque o uso do barramento de espera nos cabos de entrada. Observe que o disjuntor principal é de 450A e os cabos de entrada são 3 por fase. Por isso é usado um barramento de espera com 3 furações em cada fase, além de dois furos menores para cabos de medição.

Bitola do cabo maior que o terminal do disjuntor

Detalhes do disjuntor principal e DO barramento de espera da caixa CM12

Não confunda com um barramento de derivação! É importante lembrar que se trata da entrada do disjuntor e não da saída. Lembre-se que derivação é nome dado para o barramento de saída do disjuntor geral que alimenta os disjuntores parciais.

Talvez você não saiba, mas alguns disjuntores já possuem todos esses opcionais de fábrica. Então você vai poder escolher se vai usar os terminais para tamanhos variados de cabos, ou utilizar os barramentos de espera.

Com todas estas opções disponíveis para resolver o problema, o que não pode ser aceito é o uso do cabo com fios para fora do terminal, e também nunca deve ser alterada a bitola do cabo deixando o dimensionamento incorreto!

Atualmente as empresas estão usando questões assim no seu processo seletivo, ou seja, ao invés de pedir contas, ela pede para você apresentar a solução do problema. Portanto, o conhecimento na área se torna fundamental.

Este tipo de macete não é ensinado nos cursos tradicionais, e o Mundo da Elétrica se esforça para trazer estes conteúdos para ajudar todos vocês. Por falar em macete, no vídeo abaixo ensinamos uma forma rápida de fazer a leitura do seu medidor de energia, vale muito a pena assistir!

Quais são os assuntos que mais tiram o seu sono? Deixe nos comentários a sua dúvida, que a gente vai preparar os conteúdos para resolver este problema. Continue acessando o site, porque existem centenas de artigos que podem aumentar ainda mais a sua capacitação na área.

Sobre o autor

Autor Henrique Mattede

Eletricista desde 2006, Henrique Mattede também é autor, professor, técnico em eletrotécnica e engenheiro eletricista em formação. É educador renomado na área de eletricidade e um dos precursores do ensino de eletricidade na internet brasileira. Já produziu mais de 1000 videoaulas no canal Mundo da Elétrica no Youtube, cursos profissionalizantes e centenas de artigos técnicos. O conteúdo produzido por Henrique é referência em escolas, faculdades e universidades e já recebeu mais de 120 milhões de acessos na internet.

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